Embu das
Artes, 24 de julho de 2014, 04:00hs.
Pois é, cá
estou eu outra vez escrevendo para vocês, sentado em um sofá velho com uma
garrafa de whisky do lado, tentando me recuperar da falta de dois dentes, 1
costela quebrada, vários hematomas espalhados pelo corpo, e de quase morrer nas
mãos de um servo vampiro, pobre coitado, pode se dizer que foi um bom negocio,
mas não, não foi, e eu fiz merda dessa vez, bom deixa eu começar a contar.
Antes de
qualquer coisa, Tenho que admitir, fui muito descuidado, como sempre, mas o
trampo parecia fácil e as informações seguras, o plano era bom, perigoso mas
bom, o problema é que acabou de uma forma dolorosa para mim, e trágica para
ele, mas valeu pelas valiosas informações que eu consegui obter, saber que
existem três facções rivais entre os vampiros, sendo que duas se odeiam
mutuamente e estão em guerra se matando, realmente isso não tem preço.
Muito bem,
vamos pelo começo, estava eu investigando um vampiro idiota chamado fausto,
dono de uma rede de supermercados na região de Embu, era um carinha por volta dos
seus 45 anos de idade, careca, alto, olhos negros, pode se dizer que o
vagabundo era normal para os nossos padrões cotidianos, bem diferente da vadia
que pegou um bronzeado no sol outro dia.
Segundo
alguns funcionários ele só aparecia à noite, e estranhamente algumas
informações oficiais da policia, foram registrados desaparecimentos e mortes
estranhas em locais próximos dos seus supermercados. Em resumo, o cara era um
vampiro, e eu tinha todos os elementos que eu precisava para caçar ele.
E assim o
fiz, aluguei um apartamento próximo do local onde o vampiro morava, segui o
imbecil algumas vezes e o vi beber o sangue de uma mulher até a morte uma vez, infelizmente,
não pude ajudar, mas prometi para ela que eu ia fazer o maldito sofrer pelo mal
que fez a ela e ao mundo.
Com um
pouquinho de esforço e paciência consegui descobrir a rotina do nosso amigo, e
o tipo de vitima que ele gostava, o único problema era a casa dele, tinha todo
tipo de sistema de segurança, e até onde pude constatar não tinha nenhum
empregado, então se eu quisesse pega-lo teria de ser fora do seu refugio.
Outro fato
que eu deixei passar batido era de que o vagabundo, mesmo alimentado, ele
sempre levava mais duas vitimas para o seu refugio, isso acontecia no mínimo
uma vez por semana, na maioria das vezes eram mulheres, a principio achei que
eram lanchinhos da tarde, e acabei deixando isso para lá.
Nota mental: “BURRO,
IMBECIL, você sabe muito bem que no seu ramo de trabalho detalhes salvam a sua
pele, e outra coisa, você está cada vez se importando menos com as vitimas
humanas, tome cuidado, ou vai acabar se tornando um deles”.
Ignorando
esse fato montei um plano, simples e funcional, que consistia em fazer uma
emboscada, durante uma de suas visitavas aos supermercados, e quando estivesse
voltando para o seu refugio, eu o sequestraria e o levaria para um lugar bem
bacana, isolado, e executaria o serviço.
Meu plano
corria bem, era uma quarta feira, fria e chuvosa, o vampiro saia geralmente às
19:00, fazia sempre o mesmo trajeto com poucas modificações, mas o mais
importante ele sempre contornava uma praça próximo a sua casa, era uma praça
até bonita bem arborizada, com uma quadra para as pessoas jogarem futebol, a
noite ela era perfeita para o que eu queria, pois geralmente ficava deserta
devido a pouca iluminação, ao meu ver, era um local perfeito para se fazer uma
emboscada.
Roubei um
carro, próximo da casa do meu alvo, e deixei o meu estacionado ao lado da
praça, a ideia era bem simples, quando o vagabundo passasse de carro, eu
arrancaria com o carro roubado e acertaria o carro do imbecil na lateral o
forçando a parar, ai eu sairia, encheria ele de balas, e enfiaria uma estaca no
seu peito e o levaria para outro lugar.
Ok, admito, o
plano era horroroso, mas nos filmes isso dava certo, valia a pena tentar, e no
final das contas deu quase tudo certo, só errei por alguns detalhes, como vocês
poderão perceber.
Após uma
espera de 2 horas e meia a minha vitima resolve aparecer, estava dirigindo um
carro popular com um, bom porta-malas, provavelmente para colocar as suas
vitimas, estava chovendo muito, e ele nem percebeu que eu tinha ligado o carro
em uma das travessas que davam na praça, e quando ele estava começando a entrar
no meu campo de visão, fecho os meus olhos, penso na minha esposa e filha
mortas com requintes de crueldade por uma vampira, piso no acelerador com tudo
e “bang” acerto a lateral do outro veiculo com tudo.
Tá, não é
igual aos filmes, doeu muito, e ainda tenho os hematomas do cinto de segurança,
mas consegui o que eu queria, ou melhor, quase.
Com a batida
eu fiquei um pouco tonto, mas não tinha tempo a perder, tinha de ser rápido,
tinha de ser agora, sai do carro com tudo subi em cima do capo do carro, e com
a arma em mãos comecei a atirar com tudo o que eu tinha no vagabundo obrigando
o mesmo a sair do carro, o problema era que ele era bem resistente, e as balas
da minha arma não estava fazendo muito efeito, mas pelo menos consegui tira-lo
do carro.
Quando eu
percebi que o vampiro ia sair do carro, peguei com uma das mãos livres, uma das
minhas estacas que estava na minha jaqueta, e quando ele saiu pulei em cima
dele, tentando golpear o seu ponto mais fraco o coração, ao perceber isso ele
desviou um pouco o corpo, suficiente para se salvar, enfiei a estaca no seu
peito, mas não no local que eu queria.
Ao ver o que
eu estava fazendo, meio que como uma reação instintiva, o vampiro me pegou pelo
pescoço me ergueu e me jogou com tudo no chão, mantendo firme o aperto em volta
do meu pescoço e com a mão livre, começou a me socar, e a cada golpe que ele
dava parecia que eu levava uma marretada na cara, notei que ele estava se
divertindo muito com isso, afinal vampiros são sádicos por natureza.
Tentei de
todas as formas me desvencilhar do vampiro, e quando eu ia começar a perder a
consciência devido aos golpes, e ao aperto de sua mão no meu pescoço, ele
resolveu aliviar um pouco o aperto, agora eu conseguia ver bem o seu rosto, os
seus olhos eram amarelos como enxofre, e seus dentes saiam do centro da boca como os de um rato,
tinha uma face feia e horripilante que causariam medo e náuseas em uma pessoa
comum, ele havia se transformado, e isso era sério.
O vagabundo
ao ver a minha reação, dá um sorriso sarcástico e diz:
- Está com
medo da minha feiura caçador?
- Você achava
mesmo que poderia derrotar um guardião do Triunvirato, HEIM???
E com outro soco
forte, ele pergunta:
- Quem te
mandou até mim caçador, fale e sua morte será rápida, e você terá a honra de
servir de alimento para os meus mestres.
Outro soco, quase
desmaio, mas como todo bom caçador cuspo sangue na cara dele e respondo:
- As vitimas
que você fez para se alimentar, e a minha família que eu perdi por causa de
filhos da puta como você!
Com isso
ganho alguns segundos preciosos, suficientes para que eu possa respirar e recuperar
um pouco a consciência e começar a procurar desesperadamente a minha faca que
eu tinha passado em água benta antes de vir.
E após mais
dois socos, outro dente perdido, e gritos de morra...., por parte do vampiro,
consigo encontrar a minha faca e com as minhas ultimas forças, enfio a faca
entre as suas costelas, o vagabundo grita de dor e me dá tempo suficiente para
reverter a posição para ficar em cima dele.
A partir
disso só consegui ter tempo de pegar outra estaca que estava no chão, pensar na
minha família e enfiar a estaca com toda a força que me sobrou no coração do
vampiro, acabando de vez com qualquer tipo de reação que ele poderia ter.
Rolo para um
dos lados e fico estendido por alguns segundos deixando a chuva refrescar um
pouco os meus hematomas, sinto dor, o filho da mãe era forte e sabia bater como
ninguém, mas eu não tinha muito tempo, precisava levar esse vagabundo para
outro lugar, pois logo, logo, apareceria a policia ou curiosos da vizinhança
para ver o que estava acontecendo.
Pego o
vampiro, o jogo nos meus ombros e o levo até o meu carro, saímos dali o mais
rápido possível, o levo até um galpão abandonado, próximo à casa do vampiro,
prendo o vampiro em uma mesa, olho para ele mais uma vez e vejo medo e ódio
misturado no seu olhar, retiro a estaca e a primeira reação dele é me morder
dou um belo soco na sua cara e enfio a estaca novamente no seu coração dá para
ver a dor que ele sentia, me permito um sorriso bem sádico, para esconder as
dores dos hematomas que ele causou, olho para ele e pergunto:
- Muito bem
feioso, vamos fazer assim, eu faço a pergunta, tiro a estaca e você responde,
se você responder o que eu quero, eu não ponho a estaca de volta e posso até
deixar você ir embora, ok?
- Vamos à
primeira tentativa, o que é o triunvirato que você falou?
Retiro a
estaca e não obtenho nenhuma resposta, ótimo!!!!
Dou um
sorriso, pego novamente a estaca e começo a cutucar a ferida em volta do
coração do vampiro, dá para ver a reação desesperada dele de dor e sofrimento,
até sinto pena, mas respiro fundo, foco no meu trampo, e continuo o serviço,
mesmo por que quero pegar outros vampiros além desse idiota.
Continuo
torturando o vampiro por mais de duas horas, usei tudo a minha disposição,
fogo, água benta, ferro quente, ferro frio, etc, etc, etc, e quando já estava
quase desistindo de arrancar alguma coisa dele, o vagabundo resolve falar.
- Ok, ok, eu
desisto o que você quer saber?
-
Triunvirato, quem são esses filhos da mãe, e quem você está protegendo?
Entre
engasgadas, tosses e expressões de dor ele responde:
-Triunvirato
é a mais antiga das 3 organizações vampíricas que dominam o mundo, no
Triunvirato estão os vampiros mais antigos e poderosos, e são chamados assim
por que cada continente é dominado por um grupo de 3 vampiros anciões e abaixo
deles esta a sua corte que serve aos interesses desses anciões, a ideia é
acumular poder e conduzir a humanidade conforme suas vontades.
- E as outras
duas? Pergunto.
- A ordem dos
dragões, é uma ordem do oriente, eles são neutros e não se misturam muito
conosco, até para nós eles são um mistério, o importante é que eles ficam longe
e não interferem nos nossos negócios.
- A outra e
mais perigosa de todas as organizações são Os Rebeldes Anarquistas, liderados
por Gianna Collins.
Arregalo os
meus olhos no mesmo instante, e me lembro de toda a cena da minha família sendo
morta na minha frente e ao final a vampira responsável pelo massacre, se
aproximar do meu ouvido e dizer o seu nome, até então esse era a única coisa
que eu não conseguia me lembrar daquele dia.
Ignorando a
minha expressão ele continuou.
- Uma vampira anciã que fez parte do
Triunvirato, mas era muito instável e perigosa para ser mantida como uma de
nós, ela foi banida e caçada pelo Triunvirato, e no caminho só conseguiram
encontrar dor e morte, e depois de algum tempo ela conseguiu reunir um bom
grupo de vampiros jovens, ambiciosos, e formaram o grupo que se autodenomina, Os
Rebeldes Anarquistas, que tem como intuito destruir e tomar o poder do
triunvirato, para que ela possa governar o mundo conforme os seus caprichos.
- Isso já vem
acontecendo a mais de 300 anos, e estamos em guerra desde então, até agora o
resultado tem sido um monte de vampiros mortos todos os dias, novos inimigos e
caçadores como você nos caçando diariamente.
- Onde
encontro a vadia?
- Não sei,
nem o próprio triunvirato sabe.
- E quanto
aos seus chefes, onde eles estão?
Um momento de
hesitação, mas ele responde:
- Eles são
muito poderosos para você, e outra, mesmo que você consiga mata-los, você
estaria abrindo uma brecha muito grande de poder no conselho e a América do Sul
estaria à mercê dos rebeldes, eles são os únicos que podem garantir a
estabilidade.
Respondo:
- Dane-se,
ONDE ELES ESTÃO?
Outro momento
de hesitação, mas ele responde.
- Na minha
casa, no porão existem 3 sarcófagos eles estarão lá dentro.
- Como faço
para entrar na casa e no porão?
- Eu conto,
mas você vai ter de prometer que eu vou ter uma morte rápida e por fogo, não
aguento mais essa não vida mesmo, pelo menos o fogo pode purificar os meus
pecados, não quero ser mais um servo horripilante pela eternidade, muito menos
participar dessa guerra.
- Ok, fale!
- Tem um
cartão de acesso no meu bolso da calça, você vai precisar do meu olho e da
minha mão esquerda para poder ter acesso a casa e ao porão, esses velhos são
muito paranoicos.
- Você sabe
que eu vou ter de arrancar sua mão e olho antes de te queimar certo?
- Sim já
estou ciente, só peço que acabe com a minha existência logo, e me queime quando
você pegar o que precisa.
- Ok, será
feito!
E atendendo
ao seu pedido, mato o vampiro da forma mais rápida e digna que eu poderia lhe
conceber, arranco o que sobrou do seu coração, depois cortei a sua cabeça retiro
as partes de que precisava e as coloquei em um saco, era nojento admito, mas
pela primeira vez estou sentindo remorso pela morte de um vampiro, me sinto mal
fazendo isso, chego a vomitar em um canto, penso na minha família e no por que
dá minha luta.
E com
lagrimas nos olhos, e a sensação de amargura, coloco fogo no que sobrou do
vampiro, e saio do local sem olhar para traz, pensando na melhor forma de
acabar com 3 vampiros anciões e a dor que eu vou lhes causar, por que esses ai
sim, merecem sofrer e MUITO nas minhas mãos antes que eu acabe com as suas
existências, só que dessa vez eu não teria nem um pouco de remorso, com o que
eu iria fazer com eles.
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Autor: Adriano Sintate
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7 comentários:
nossa que d+ muito boa essa historia <3 adorei
Obrigado, a terceira parte já está sendo escrita.
adorei muito boa ja li 3 vezes
Historia pft *---*
Adorei a história
Gostei a história e ótima
*De- Daara -* Já li...e reli suas histórias.....virei sua fã *---* vc escreve mtt bm....nossa que imaginação ...parabéns ... Adoro os detalhes narrados <3 mi fez entrar mesmo na historia *---*
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