Em um canto, no alto de um mesanino, duas figuras conversam. Um rapaz alto, cabelos castanhos ondulados caídos ao ombro, cobriam a lapela do sobretudo. Este, com um copo alto de cristal muito fino deliciava-se com a bebida enquanto o outro, também com uma boa estatura, mas de cabelos curtos, jaqueta de couro, anéis de prata e um com um símbolo de um dragão brilhava em sua mão enquanto, recostado na cadeira, tragava o cigarro, pensativo…
_ Valek, tempos difíceis e estranhos estão por vir – Diz o ser pálido de cabelos curtos, enquanto deixa a fumaça do cigarro sair pela boca.
_ Por que diz isso Marcus?
_ Não é sempre que somos chamados à vir aqui, você sempre aparece, mas desta vez é diferente. Nós fomos chamados.
Enquanto eles conversam, uma garçonete se aproxima…
_Sr. Valek, Sr. Marcus, o senhor Pietro disse que podem entrar.
Os dois se entreolham. Parece que vão ter a resposta para tal chamado.
Eles levantam-se e seguem a garçonete que vai na frente até uma porta de mogno envernizado, muito bela e com detalhes em sua estrutura.
_ Por aqui senhores.
_ Obrigado! Responde Valek, educadamente enquanto passa pela porta. Marcus vem em seguida e a porta fecha-se atrás dos dois.
Eles seguem por um pequeno corredor até chegarem a outra porta, mais simples. Rodam a maçaneta revelando uma sala com móveis antigos mas muito bem conservados. Acima de uma bela mesa de madeira estão dois candelabros com 2 velas cada. À frente desta, duas poltronas aparentemente muito confortáveis de couro escuro. Na parede da porta, um abajur com o chapéu feito de pano, com pequenos detalhes de renda branca. Nas paredes laterais um conjunto de sofás de dois lugares, de couro escuro igualmente como as poltronas, com pés e braços de madeira detalhada.
_ Senhores, sentem-se por favor – A voz soa rouca e a figura que a proferiu reclina-se para a frente, deixando transparecer sua face pálida, cabelos escorridos e prateados, compridos até os ombros, mãos cruzadas e cotovelos sob a mesa.
_ A que devemos o chamado Pietro?
A criatura descruza as mãos e puxa um jornal de nome “Diário de notícias” que mostra a manchete “Morte misteriosa no horto florestal… Chupa-Cabras ataca?”, e em destaque a foto de um corpo irreconhecível. (Vejam o post: Vampiros: Surgem os Lobisomens)
_ Eles estão voltando Valek… – Diz Pietro abrindo o jornal para mostrar a reportagem para os outros dois presentes na sala.
Um sepulcral silencio fez-se entre os três até que Marcus fala…
_ Mas, qual o intuito disso agora? Porque voltariam e se apresentariam dessa forma?
_ E essa não é a única notícia. Meus carniçais disseram que crias estão sendo soltas no mundo sem a permissão dos Primeiros.
_ Soube disso como? – Pergunta Valek.
_ Eu tenho um homem infiltrado no Conclave, Marcelo é quem me trouxe a informação. Como vocês sabem, eles são apenas admiradores de nossa… “arte” de sobrevivência, além de pesquisarem sobre tudo o que consideram sobrenatural. Pode ser que saibam sobre o espião, mas não se importam porque podem acabar se beneficiando disso. Ele me disse que um humano entrou em contato com eles, procurando na internet, em diversos endereços para enfim achá-los e contar que viu o que acreditava ser um vampiro. (Veja o post: Vampiros: O interrogatório)
_ Eles estão se revelando?
_ Sim Marcus. Por muito tempo passamos despercebidos, após o homem deixar de acreditar em tais coisa, depois de influenciarmos certas classes de humanos para que deixassem de acreditar em coisas “sobrenaturais” mas agora, pelo que parece, os Licans estão voltando à ativa, além de esses irresponsáveis que soltam novatos pelo mundo, sem os devidos ensinamentos da máscara. Quero que vocês fiquem espertos com qualquer movimentação de Licans ou Neófitos. Caso aconteça algo e eu não contate vocês, me avisem porque isso não pode acontecer. Sempre vivemos na penumbra e não será agora que voltaremos a nos esconder, temer uma guerra contra nós. Mesmo que os Lobisomens se revelem, deixem que façam sozinhos. Aqueles pulguentos não deveriam nem ao menos existir.
_ Pietro, também tivemos um dos nossos que nos contatou para falar de um estranho assassinato, ocorrido em uma cidade do interior e com certeza cometido por um neófito. (Veja o post: Vampiros: Os outros)
Pietro balança a cabeça em tom de preocupação… e de repente esmurra a mesa, assustando ambos os presentes à sua frente.
_ Malditos! Temos que caçar e exterminar esses irresponsáveis antes que seja tarde.
_ E quanto aos pulguentos?
_ Tomarei mais providências Marcus. Entro em contato com vocês.
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