Noite. Como tantas outras vezes seguidas, Valek, antes de se levantar, pensa nas vítimas feitas em uma possível fúria alimentícia. Desta vez ele estava simplesmente alimentando o ego, como Marcus tanto havia insistido para que ele fizesse, fosse ele mesmo, um ser da noite, um Vampiro, não visse os humanos com sentimento, mas como alimento. Porém a noite seguinte, nunca é
fácil, mesmo deixando-se levar por instintos ancestrais de um sanguessuga.
Marcus estava com ele na noite passada. Onde estaria agora? Onde teria deixado as duas moças? Ele sabia onde largar os corpos para que não os encontrassem e fossem mais uma vítima de uma extensa lista de desaparecidos.
A noite de “diversão” se foi. Ele fica deitado, pensando em algo que está preocupando-o. Onde estará Patrícia? Nunca mais havia tido notícias, nunca mais havia procurado por ela, desde a decisão que eles não poderiam ficar juntos, mas… algo o incomoda, alguma coisa o diz para
procurá-la, saber dela…
_Pedro, meu amigo, por favor… – Valek chama seu empregado que passava pela porta do quarto entreaberta.
_ Pois não Senhor Valek?
_ Arrume minha roupa, vou sair. Só vou tomar banho.
_ Como quiser senhor.
O empregado entra, abre um armário onde acende-se uma luz, iluminando as roupas ali contidas. Roupas de várias grifes, camisas, ternos, calças…
_ Alguma preferência para hoje senhor Valek? Pedro volta-se para o vampiro que está sentado na beira da cama, com a cabeça baixa.
_ Gosto de sua opinião Pedro.
_ Como quiser senhor.
O Vampiro levanta-se, segue para o banheiro e comumente toma um banho demorado, enchendo o ambiente de uma névoa de vapor. Termina o banho, enxuga-se e tudo parece lembrar o dia que encontrou Patrícia, mas ele mesmo não sabe o porquê. O perfume que pega em sua cômoda lembra aquela moça, a roupa que veste, o horário, porque estaria pensando tanto assim nela?
_ Pedro, estou de saída. Tranque tudo e quando quiser dormir ou sair, fique à vontade meu amigo.
_ Obrigado Senhor Valek.
O ser da noite sai em seu carro preto, com vidros totalmente escuros. Liga o rádio e escuta uma música… lembranças… momentos…
“There´s a Guardian Angel Here,
She´s Keep me alive…”
Ele dá um tapa no volante. Até então dirigia sem rumo, vira à esquerda e segue para a rua da pessoa que o faz ter esses sentimentos aflorados, sentimentos humanos… seria amor? Não pode ser, vampiros não amam… ou amam?
Passava das 23 horas quando ele estaciona no mesmo local, um pouco longa da casa da moça e mais uma vez apenas observa a movimentação da rua, da casa.
Luzes acesas onde era a sala se apagam, uma luz no quarto de cima, onde ele sabia que ela dormia é acesa.
_ O que está fazendo Valek – pensa o vampiro enquanto observa. Ele permanece ali até que a mesma luz se apague.
Com o uso de seus poderes ele chega até a janela aberta, adentra o recinto. Vê a moça dormindo. Costas descobertas, braços enfiados embaixo do travesseiro, corpo de lado, pernas encolhidas, lençol cobrindo apenas da cintura para baixo. Por um longo tempo ele simplesmente observa.
Ela faz um movimento e vira-se para o lado da janela onde o vampiro está. Abre lentamente os olhos e quando vai emitir um grito, ele agilmente tampa sua boca, fazendo sinal de silencio com a outra mão.
_ Patricia… eu… – Ele não consegue falar, simplesmente limita-se a olhá-la.
A moça reconhece o ser, vai se acalmando, ergue uma das mãos para tocar Valek que instintivamente recua, mas ela insiste.
_ Valek…
Ela senta-se na cama enquanto o vampiro está ajoelhado aos pés dela. Ela o abraça forte, o mesmo ele faz, retribuindo o carinho.
Palavras não são necessárias em determinados momentos. Eles se entreolham. Valek passa a mão na nuca da moça puxando-a para si. Ela se deixa levar pelo vampiro. Eles se beijam intensamente. Braços, abraços, beijos intensos, quentes…
Ela começa a desabotoar a camisa dele que não resiste. Ele começa a levantar a camiseta que cobria o corpo quente de Patricia, sem ela apresentar resistência. Ela puxa-o para cama, fazendo-o ficar de joelhos enquanto ela o beija o peito. Ele puxa-a para si, gemendo de prazer, beija o
pescoço da moça, sentindo desejo por ela. Ele deita-a na cama, beijando intensamente seus lábios quentes, pescoço… sentindo a pulsação das artérias em sua boca, um desejo que passa a ser quase incontrolável. Ela puxa-o para si, para ela, arranhando as costas do ser, que geme de prazer enquanto ele desce beijando o corpo quente de Patricia que solta um gemido fazendo o vampiro ficar mais desejoso ainda.
_Patricia…
_ Shhh, apenas fique comigo, deite-se comigo Valek – Patricia coloca o dedo em riste sobre os lábios do vampiro, que o beija intensamente, voltando-se para ela novamente, beijando seus lábios, pescoço, descendo pelos seios, costelas, escutando a moça soltar gemidos de prazer e puxar seus cabelos…
As mãos do vampiro percorrem o corpo quente de Patrícia, algo que ainda conserva da mortalidade dá sinal.
Patrícia vira-o e deita-se sobre ele, beijando-o intensamente, descendo pelo pescoço, peito, abdômen, enquanto o vampiro suspira puxando os cabelos de Patrícia.
_ Patricia, você não me teme? Valek pergunta entre um suspiro de prazer e outro.
_ Não Valek, quero ser sua. Toda sua… me morda! Me transforme…
Agilmente Valek sai da cama, como se ela estivesse em chamas e dirige-se para o canto do quarto.
_ Milady, não sabes o que pedes a mim! Isso eu nunca faria a ti! – Uma lágrima de sangue escorre dos olhos do vampiro.
Lentamente Patricia se aproxima dele, enxuga aquela lágrima com o dedo e quando estava o levando para a boca é impedida pelo vampiro…
_ Não! Não faça isso!
Valek puxa-a novamente para si, olhando fixamente em seus olhos lindos, penetrantes, não consegue usar seus poderes para ver a mente da moça, não tem coragem disso. Ele a abraça intensamente. Mais uma vez passa a beijá-la, intensamente, quentemente, deliciosamente… ambos são tomados pelo desejo. Ele a leva para a cama, deita-a e começa a beijá-la com mais intensidade,
desejo, paixão, amor… Boca, pescoço, seios, abdômen, intensos beijos, corpo quente. A última peça de roupa cai ao chão.
Ela puxa-o, retirando o cinto, abrindo botões… ele a ajuda arremessando a roupa ao chão. Eles se amam intensamente, como meros mortais poderiam, como grandes amantes fariam, como nunca ninguém imaginou. Duas espécies diferentes. Nunca ninguém testemunhou esse ato que pode ser abominável para os Primeiros, mas para esse Imortal Vampiro e para essa Mortal é um momento de não pensar nisso, simplesmente amarem-se intensamente.
Uma noite, que foi testemunha de um amor impensável, finalmente termina…
_Valek… – Patricia desperta, procurando o seu amante e se questionando… será que foi um sonho? Ela olha suas roupas ao chão, imaginando não ter sonhado nada daquilo. Mas
Valek não está ali…
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